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Archive for the ‘Análise Ergonômica do Trabalho’ Category

LER/DORT: o que é, como tratar e como prevenir

Posted by @adrianoslongo em 31/08/2011

A sigla LER significa lesões por esforços repetitivos, sendo também denominada como distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho – DORT. São doenças caracterizadas pelo desgaste de estruturas do sistema músculo-esquelético que atingem várias categorias profissionais.

Geralmente são causadas por movimentos reincidentes e contínuos com consequente sobrecarga dos nervos, músculos e tendões. O esforço excessivo, má postura, stress, condições desfavoráveis de trabalho também contribuem para o aparecimento da LER.

Vale mencionar que as doenças relacionadas ao trabalho têm implicações legais que atingem a vida do cidadão. O seu reconhecimento é regido por normas e legislações específicas a fim de garantir a saúde e os direitos dos trabalhadores.

Assim, os chamados “direitos da personalidade” protegem a integridade física da pessoa (artigos 5º, da CF/88 e 11 a 21 do CC/2002), assim como asseguram medidas que reduzam os riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (artigos 7º, XXII, da CF/88, 157 da CLT e NR-17 do MTE).

Neste sentido, se o trabalhador perceber sinais de LER deve procurar um médico e paralisar imediatamente as suas atividades. Outro passo importante é dar atenção à ergonomia, melhorando as suas condições de trabalho.

Todavia, reconhecida por perícia a doença ocupacional, bem como comprovado o nexo de causalidade (ligação) e a conduta culposa da empresa (caso não adote medidas eficazes para preservar a saúde do empregado), caberá ao trabalhador ingressar com uma Reclamação Trabalhista pleiteando uma indenização por danos materiais e, dependendo da situação, morais.

Nesta indenização será analisado se a doença realmente foi oriunda das atividades realizadas na empresa, se ocorreu redução ou incapacidade para o trabalho, se a moléstia tem cura e se houve alguma espécie de constrangimento ou humilhação passível de danos morais.

Inclusive, caso fique demonstrado que o trabalhador não tenha mais condições de trabalho, poderá ser arbitrada pelo Poder Judiciário uma pensão mensal, suficiente para manter a subsistência do empregado.

Em razão disso, as empresas devem manter um programa visando reduzir os riscos inerentes às atividades laborais e investir em ações preventivas, tais como: ergonomia, aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs), contratação de profissionais de segurança do trabalho e adoção de medidas de cautela pertinentes a sua área de atuação.

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Ergonomia é tema de seminário nacional da indústria calçadista

Posted by @adrianoslongo em 07/07/2011

Fonte: Redação Revista Proteção*

Novo Hamburgo/RS – O 15º Seminário Nacional da Indústria de Calçados (SNIC) terá como tema central a Ergonomia – Diretrizes para segurança e saúde do trabalhador. O evento – que ocorrerá em 28 de julho, no salão de atos da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS) – trará especialistas para abordar o assunto sob os mais diversos aspectos.

A ocasião marcará também o lançamento da Cartilha de Ergonomia para a Indústria Calçadista – uma publicação elaborada pela Comissão Tripartite Paritária, criada para debater o assunto, com representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), trabalhadores e empregadores. O evento terá o patrocínio do Sebrae Nacional e apoio da Universidade Feevale.

Conforme Rogério Dreyer, diretor executivo da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), este é um assunto de interesse das indústrias, que constantemente buscam informação sobre as melhores práticas posturais. “Existe atualmente uma preocupação prioritária dos empregadores em não prejudicar a saúde dos seus colaboradores”, alertou. 

Na programação, além da apresentação da Cartilha de Ergonomia, estão uma mesa-redonda e diversas palestras sobre ergonomia. Entre os temas estão: “Organização do Trabalho”, “Ergonomia e Repercussões na Saúde do Trabalhador”, “Posturas no Trabalho: benefícios e implicações”, “Gestão em Ergonomia: como fazer na prática” e “Impacto dos Aspectos Psicossociais e Organizacionais na Saúde e Segurança do Trabalhador”.

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PHYSIUS EMPRESA VENCE DUAS CATEGORIAS DO PRÊMIO MARCA BRASIL 2011

Posted by @adrianoslongo em 21/06/2011

PRÊMIO MARCA BRASIL, considerado um dos mais importantes e expressivos prêmios para o setor empresarial brasileiro, e os consumidores dos mercados abrangidos elejam de forma direta e democrática, as marcas que têm a sua preferência e que por isso devem ser homenageadas. Sua história ao longo destes doze anos nos revela números expressivos, que atestam sua abrangência e credibilidade: cerca de 400.000 votos apurados, 561 categorias pesquisadas, 26 setores econômicos abrangidos e 639 marcas de empresas laureadas. Somente nesta edição foram pesquisadas 195 categorias de 14 setores econômicos e laureadas 143 marcas de empresas e/ou produtos.

 E é com muita satisfação que a PHYSIUS EMPRESA agradece a todos os seus clientes, amigos e colaboradores pela expressiva votação no 12° PRÊMIO MARCA BRASIL 2011, no qual foi eleita como marca de preferência nas categorias – Clínica de Reabilitação e Empresa de Treinamento.

Nosso muito obrigado a todos.

Maiores informações: http://www.premiomarcabrasil.com.br/laureados2011.asp

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A postura inadequada e os problemas osteomusculares

Posted by @adrianoslongo em 12/05/2011

Estudo desenvolvido na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) aponta que 64,3% de um grupo de funcionários de uma empresa de papel e celulose do Estado de São Paulo apresentou sintomas osteomusculares, ou seja, dor nos ombros, pescoço e também na região lombar. “As dores podem ou não evoluir para doenças mais graves, por isso realizar este tipo de levantamento indica as áreas de produção em que é necessário se pensar programas de prevenção e de reabilitação”, explica a enfermeira do trabalho Thaís de Freitas Pedrini, autora do estudo que teve a orientação da professora Neusa Maria Costa Alexandre.

A enfermeira, com especialização em ergonomia, colheu depoimentos, através de quatro questionários validados cientificamente, em um grupo de 140 profissionais da área de acabamento na empresa. Os voluntários faziam parte de um setor, cujo índice de afastamentos era significativo e a atividade realizada envolvia posturas inadequadas, abaixar-se frequentemente, carregamento de peso e trabalho estático.

No grupo sintomático, a intensidade da dor ficou entre leve a moderada. No entanto, observou-se que houve correlação significativa entre intensidade de dor e incapacidade, quer dizer, quanto maior a dor menor capacidade de desenvolver as atividades. “Todas as questões levantadas indicam para o próximo passo que seria a elaboração de propostas que melhorem as condições de trabalho e contemple a reabilitação desses trabalhadores”, destaca.

Thaís Pedrini enfatiza que, atualmente, a questão da saúde ocupacional tem se constituído um desafio para as indústrias brasileiras, pois um trabalhador debilitado requer tratamentos, muitas vezes demorados. Neste sentido, ela defende uma ação pró-ativa nas empresas para reduzir ou, até mesmo, eliminar os impactos negativos e os custos com assistência médica. Segundo a autora do estudo, um programa de ergonomia seria a forma mais adequada de se solucionar muitos dos problemas e a realização de um mapeamento junto aos trabalhadores consiste em um primeiro passo.

Um programa de ergonomia requer análises detalhadas e pode envolver medidas administrativas, pausa no trabalho e, até mesmo, troca de maquinário, ou seja, custos elevados para o empresário. “Mesmo os programas de ginástica laboral adotados por muitas empresas não devem ser considerados como suficientes. Este tipo de iniciativa é importante e consegue reduzir riscos, mas não basta. É necessário que se analise de forma global e se chegue à solução do problema para favorecer a saúde do trabalhador”, defende.

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Projeto para saber como está a saúde do trabalhador no RS

Posted by @adrianoslongo em 23/03/2011

Fonte: Gazeta do Sul

Santa Cruz do Sul/RS – Estresse, fadiga ou Lesão por Esforço Repetitivo (LER) são sintomas comuns nos trabalhadores em educação. Apesar disso, dezenas de casos permanecem desconhecidos por falta de uma pesquisa científica. Identificar a realidade dos professores e funcionários da rede pública estadual de ensino é a proposta do Cpers/Sindicato. Um projeto foi desenvolvido para diagnosticar os principais problemas que afetam a saúde dos servidores.

Desde o último dia 14, a entidade promove uma série de seminários regionalizados no Estado para debater o tema. Em Santa Cruz do Sul, o encontro ocorreu na tarde de quarta-feira, na Câmara de Vereadores. De acordo com o diretor do 18º Núcleo do Cpers/Sindicato, Jânio Weber, o levantamento é necessário, especialmente por se tratar de setor público. “As relações interpessoais interferem no nosso modo de vida.”

Segundo ele, a ideia é elaborar uma legislação específica para atender à demanda. “Todos os problemas são vistos de maneira pontual, ou seja, só na hora da perícia”, observa Weber, acrescentando que os educadores não têm amparo. Na área do 18º Núcleo, que abrange 15 cidades da região, há registros de afastamento total ou parcial do trabalho e até mesmo de aposentadoria precoce. Com o levantamento, será possível obter esse número exato.

Conforme o assessor jurídico do Cpers/Sindicato, Paulo Cezar Lauxen, o projeto foi implantado em nível estadual e agora vem sendo apresentado em todos os núcleos regionais até o dia 20 de abril. A equipe técnica é multidisciplinar, sendo composta por médico e engenheiro do trabalho e um psicólogo e advogado especialistas em doenças do trabalho. “Trata-se de uma pesquisa validada cientificamente para mapear a categoria, ver qual o maior grau de incidência que afeta professores e funcionários”, explica.

Lauxen antecipa que estresse, depressão, LER/DORT estão entre as principais causas de atestados médicos. “O estudo certamente vai apontar isso”, ressalta, incluindo também problemas respiratórios e de voz. O assessor afirma ainda que a falta de um levantamento científico impede comprovar se a doença constatada decorre justamente da atividade profissional.

Uma das diretoras do núcleo central e integrante do Coletivo Estadual de Saúde do Cpers, Maira Iara de Farias Ávila, alerta que o assédio moral está entre as principais causas de adoecimento mental. A sobrecarga de trabalho é um dos grandes motivos.

“Eles (servidores) são afastados como doença individual, quando na verdade é coletiva”, enfatiza Maira. Os seminários atendem a deliberação aprovada em seminário estadual no fim do ano passado, na Capital. Os questionários serão preenchidos e depois tabulados para terem seus resultados publicados.

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Investir em ergonomia aumenta a produtividade e reduz custos

Posted by @adrianoslongo em 22/02/2011

Fonte: odiario.com

Dados da Previdência Social mostram que cerca de 90% dos trabalhadores que se afastam por algum benefício são por doenças osteomusculares e sofrimento mental.

Atualmente as empresas têm em seu quadro um grande contigente de pessoas se afastando por esses problemas.

A ferramenta para resolver esse problema é a ergonomia, pois é a ciência que estuda e analisa os fatores de risco que causam as doenças osteomusculares e sofrimento mental.

O grande problema nas empresas é a falta de organização do trabalho, a má gestão que não observa o esforço físico, a repetitividade, as más posturas, metas inatingíveis, entre outros.

Os benefícios da ergonomia são: prevenção de acidentes do trabalho, prevenção de doenças ocupacionais, melhoraria das condições de trabalho, evitar o erro humano, promover a integridade física e psicológica, melhorar a integração, aumentar a produtividade nas empresas e reduzir custos.

Saiba mais
Um laudo ergonômico também resguarda a empresa contra ações judiciais e indenizatórias.

As empresas e instituições que empregam pessoas são obrigadas a ter uma análise ergonômica do trabalho, nos padrões indicados pela legislação. Na ausência desse trabalho, as empresas podem ser multadas.

Existem órgãos fiscalizadores que podem cobrar este documento, como a Delegacia Regional do Trabalho (DRT), o Ministério Público do Trabalho (MPT), sindicatos trabalhistas, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), além de associações de classe.

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Fisioterapia do Trabalho

Posted by @adrianoslongo em 27/01/2011

Resolução COFFITO 259 de 18 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a Fisioterapia do Trabalho e dá outras providências, que considera a grande demanda de Fisioterapeutas atuando em empresas e/ou organizações detentoras de postos de trabalho, intervindo preventivamente e/ou terapeuticamente de maneira importante para a redução dos índices de doenças ocupacionais; e que, o Fisioterapeuta é qualificado e legalmente habilitado para contribuir com suas ações para a prevenção, promoção e restauração da saúde do trabalhador; ressaltamos o artigo 1 º e seus incisos:

“Art. 1º – São atribuições do Fisioterapeuta que presta assistência à saúde do trabalhador, independentemente do local em que atue:

I – Promover ações profissionais, de alcance individual e/ou coletivo, preventivas a intercorrência de processos cinesiopatológicos;

II – Prescrever a prática de procedimentos cinesiológicos compensatórios as atividades laborais e do cotidiano, sempre que diagnosticar sua necessidade;

III – Identificar, avaliar e observar os fatores ambientais que possam constituir risco à saúde funcional do trabalhador, em qualquer fase do processo produtivo, alertando a empresa sobre sua existência e possíveis conseqüências;

IV – Realizar a análise biomecânica da atividade produtiva do trabalhador, considerando as diferentes exigências das tarefas nos seus esforços estáticos e dinâmicos, avaliando os seguintes aspectos:

a) No Esforço Dinâmico – frequência, duração, amplitude e torque (força) exigido.

b) No Esforço Estático – postura exigida, estimativa de duração da atividade específica e sua freqüência.

V – Realizar, interpretar e elaborar laudos de exames biofotogramétricos, quando indicados para fins diagnósticos;

VI – Analisar e qualificar as demandas observadas através de estudos ergonômicos aplicados, para assegurar a melhor interação entre o trabalhador e a sua atividade, considerando a capacidade humana e suas limitações, fundamentado na observação das condições biomecânicas, fisiológicas e cinesiológicas funcionais;

VII – Elaborar relatório de análise ergonômica, estabelecer nexo causal para os distúrbios cinesiológicos funcionais e construir parecer técnico especializado em ergonomia.”

 III – Cumpri-nos ainda fazer referência à RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 4, de 19 de Fevereiro de 2002, que instituiu as Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação em Fisioterapia, para ressaltar a formação deste profissional que estuda o movimento humano e que está capacitado a atuar nos níveis de atenção primário, secundário e terceário, descrita aqui por meio de seu artigo 3º, in verbis:

“Art. 3º O Curso de Graduação em Fisioterapia tem como perfil do formando egresso/profissional o Fisioterapeuta, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual. Detém visão ampla e global, respeitando os princípios éticos/bioéticos, e culturais do indivíduo e da coletividade. Capaz de ter como objeto de estudo o movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidades, quer nas alterações patológicas, cinético-funcionais, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, objetivando a preservar, desenvolver, restaurar a integridade de órgãos, sistemas e funções, desde a elaboração do diagnóstico físico e funcional, eleição e execução dos procedimentos fisioterapêuticos pertinentes a cada situação.”

 IV – Descrição da denominação e atividades exercidas pelo profissional fisioterapeuta descrita na Classificação Brasileira de Ocupações – CBO.

– A Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), editada em 2002, identifica o fisioterapeuta como Cinesiólogo Fisioterapeuta e descreve ainda que este profissional atende pacientes e clientes para prevenção, habilitação e reabilitação, realiza diagnóstico específico, desenvolve programas de prevenção, promoção de saúde e qualidade de vida.

V – Dentre todos os procedimentos fisioterapêuticos aquele que se relaciona diretamente à situação que se nos apresenta é a Cinesioterapia.

– Etmologicamente a palavra Cinesioterapia é grega, sendo Kinésia (movimento) e Thérapéia (tratamento). Em 1847, August Georgii define cinesioterapia como o “tratamento das doenças através do movimento” (GENOT, 1989). Essa definição simplista e restritiva reflete o que antigamente era denominada “ginástica médica” (grifo nosso).

– A evolução nos conhecimentos de fisiologia, os atuais conceitos neuro-musculares, neuro-sensitivo-motores e suas repercussões no movimento determinaram o abandono da definição de cinesioterapia proposto em 1847, e a consolidação da cinesioterapia como arte, ciência. Atualmente, preconiza-se a definição de Doris Bolto : “a cinesioterapia não é o tratamento através do movimento, mas o tratamento do movimento” (BOLTO, 1996).

– Assim o objeto da Fisioterapia, é a patologia do movimento, ou ainda a patologia cuja prevenção e cura pode se dar mediante o movimento. O movimento, então, é o objeto de estudo e de intervenção da Fisioterapia (REBELATO, 1999).

– Sendo o movimento o objeto de estudo e de intervenção do fisioterapeuta, a Cinesioterapia (oriunda da expressão “ ginástica médica”), então, é própria da Fisioterapia.

VI- Com a finalidade de consubstanciar e fundamentar tecnicamente ainda mais esta consulta, remetemo-nos ainda a trechos in verbis do parecer emitido pela Sociedade Brasileira de Fisioterapia do Trabalho – SOBRAFIT (www.sobrafit.com.br), sobre o assunto em pauta:

1. “HISTÓRICO DA GINÁSTICA LABORAL”
 

– Existem registros deste tipo de atividade, desde 1925 na Polônia, Bulgária, Alemanha Oriental, Holanda e Rússia, quando então era chamada de Ginástica de Pausa (CAÑETE, psicóloga, UFRGS, 1996). Na mesma época, impulsionada pela cultura e tradição oriental, a GL teve seu grande enraizamento no Japão.

– Inicialmente era destinada a algumas atividades ocupacionais, mas após a Segunda Guerra Mundial foi difundida por todo o país. A grande propagação da GL na cultura empresarial japonesa é atribuída à veiculação de um programa da Rádio Taissô, que envolve uma tradicional ginástica rítmica, com exercícios específicos acompanhados por música própria.

– Atividade que acontece todas as manhãs, sendo transmitida pela rádio, por pessoas especialmente treinadas e é praticada não somente nas fábricas ou ambientes de trabalho no início do expediente, mas também nas ruas e residências.

– Dentro do contexto brasileiro, alguns indícios da influência japonesa mostram um pouco da evolução histórica da cultura da realização da GL no país. A Federação de Rádio Taissô no Brasil, coordena mais de 5.000 praticantes ligados a 30 entidades em quatro estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso do Sul. Desde 14 de março de 1996, passou a vigorar a Lei Estadual nº 9.345, em São Paulo, promulgada pelo governador Mário Covas, instituindo o dia da Rádio Taissô, comemorado em 18 de junho. (POLITO; BERGAMASCHI, 2002). No início da década de 70, com a chegada de executivos japoneses no Brasil, houve um estímulo para a adoção desta prática em algumas empresas.

– Segundo Schimitz (1981), em 1978 a Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior em Novo Hamburgo – RS (FEEVALE) e a Associação Pró -Ensino Superior em Novo Hamburgo (ASPEUR), juntamente com o SESI, implantaram um projeto denominado “Ginástica Laboral Compensatória”, que teve início em 23 de novembro de 1978, envolvendo cinco empresas do Vale dos Sinos.

– Após algumas experiências isoladas no país envolvendo a GL até o final dos anos 70, houve um período em que sua aplicação caiu no esquecimento. Para Polito e Bergamaschi (2002), isto pode ser atribuído à carência de resultados que servissem de base para a disseminação da GL.

– A partir da metade da década de 80 houve uma retoma na utilização deste método. Na mesma época em 1987, acontecia o reconhecimento da tenossinovite como doença profissional através da portaria nº 4.602 do Ministério da Previdência e Assistência Social. Este fato exigiu maiores medidas de enfrentamento social a cerca da ameaça das lesões, principalmente por parte do empresariado. Na mesma época, era iniciada a ênfase à qualidade de vida no trabalho.

– Desta forma, o ressurgimento da GL na segunda metade da década de 80, utilizada como medida de promoção da saúde do trabalhador, acompanhou o próprio desenrolar histórico do fenômeno LER/DORT, iniciado pelo reconhecimento oficial da então chamada doença dos digitadores.

– Nos anos 90, a GL teve sua grande explosão no Brasil, sendo que inúmeras empresas passaram a introduzir em suas rotinas laborativas a execução de exercícios. Os propósitos são diversificados, mas na maioria dos casos é atribuída à prevenção de LER/DORT. Um grande incentivador e promotor da GL no país é o Serviço Social da Indústria (SESI), coordenando vários programas e ações nesta área, porém com uma durabilidade pequena dos programas que eram fracassados por não terem um gerenciamento interligado a ergonomia. Tendo então que buscar na formação da ergonomia a eficácia dos programas quando inseridos no processo ergonômico.

– Segundo Kooling (1980), a GL é chamada de Ginástica Laboral Compensatória (GLC), devendo atuar sobre as sinergias musculares antagônicas às que se encontram ativas durante o trabalho. Este tipo de atividade visa proporcionar a compensação e o equilíbrio funcional, assim como também atuar com a recuperação ativa, de forma a aproveitar as pausas regulares durante a jornada de trabalho para exercitar os músculos correspondentes e relaxar os grupos musculares que estão em contração durante o trabalho, com o objetivo de prevenir a fadiga.

– Já para Targa (1973), a GL Compensatória é a ginástica que tenta impedir que se instalem vícios posturais durante as atividades habituais, principalmente as do ambiente de trabalho. Utiliza exercícios que atuam sobre musculaturas pouco solicitadas e relaxam aquelas que trabalham em demasia. Afirma ainda, que nesse tipo de GL obtém-se melhores resultados iniciando-se pelo relaxamento dos segmentos periféricos e aos poucos atingindo os centrais ou ainda, alongamento muscular seguido de movimentos ativos simples executados durante pausas de 7 a 10 minutos, em cada período de 3 a 4 horas de trabalho.

– A GL, para Dias (1994), é definida como Ginástica Laboral Preparatória (GLP) e visa a realização de exercícios específicos dentro do local de trabalho, atuando de forma preventiva e terapêutica. Esta definição baseia-se em um projeto de ginástica em uma empresa realizado em 1989, que foi desenvolvido com exercícios preventivos e terapêuticos realizados no ambiente de trabalho, proposto sobretudo, como mecanismo de prevenção de doenças por traumas cumulativos. A GLP definida por Targa (1973), consiste de uma série de exercícios que prepara o indivíduo para o trabalho de velocidade, força ou resistência. Visa o aquecimento da musculatura e das articulações que serão utilizadas. Astrand e Rodahl apud Pimentel (1999), referem-se à GL como sendo a inclusão de alguma atividade física no trabalho diário, a fim de proporcionar a oportunidade para uso diversificado do sistema locomotor e para selecionar uma relação apropriada entre o trabalho e o repouso, permitindo uma boa recuperação durante o trabalho.

– De forma geral as bases teóricas existentes sobre GL a classificam em três tipos(TARGA apud CAÑETE, 1996; MARTINS, 2001; TARGA, 1973; DIAS, 1994; ALVES; VALE, 1999): Ginástica Preparatória (GP), Compensatória (GC) e Corretiva (GCT) Há referência também a um quarto tipo de GL chamada Ginástica de Manutenção ou Conservação (GM), embora seja pouco utilizado (LEITE, 1999).

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Ginástica laboral é meio eficaz de prevenção de LER/DORT

Posted by @adrianoslongo em 24/01/2011

Fonte: Redação Revista Proteção
Ilustração: Beto Soares/Revista Proteção


Pesquisadores dinamarqueses realizaram um estudo publicado na revista Journal Occupational Medicine, que demonstrou os benefícios dos programas de ginástica laboral. Os resultados mostraram redução de 22% nas faltas ao trabalho, aumento em 38% na motivação para exercer as atividades e redução de estresse em 40%. “A ginástica laboral é também um meio de prevenção quando bem conduzida. O problema é que as empresas querem por vezes implantar a ginástica como benefício e não como meio de prevenção”, afirma o presidente da ABRAFIT, Eduardo Ferro dos Santos.

O aumento progressivo do número de casos de LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) nos últimos 20 anos reforça a importância da ginástica laboral. Entre as causas para as LER/DORT estão: a utilização excessiva de determinados grupos musculares em movimentos repetitivos (como a digitação por exemplo) e a permanência de determinados segmentos do corpo em uma mesma posição por período de tempo prolongado. O artigo 157 da CLT destaca que a empresa deve oferecer meios de prevenção para estes problemas. “Para que a prevenção seja efetiva nesses casos, as condições e exigências biomecânicas do trabalho devem ser estudadas e os exercícios devem ser elaborados para evitar fadiga, acúmulo de acido lático, melhorar a flexibilidade, etc. Isso só é possível com um bom profissional, que tenha competências em Fisiopatologia e Biomecânica ocupacional”, destaca Eduardo.

Segundo a pesquisa dinamarquesa, o investimento na atividade logo é revertido em ganho de produtividade, influenciando não só na melhora no padrão postural e mobilidade articular, como também na maior integração social e redução do nível de estresse dos colaboradores. As empresas observadas também registraram diminuição de custos de assistência médica, redução nos acidentes de trabalho e no absenteísmo.

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Descuido com postura pode gerar dor nas costas

Posted by @adrianoslongo em 06/07/2010

Dados da Escola Nacional de Saúde Pública, instituição ligada à Fiocruz, apontam que 36% dos brasileiros são afetados por dores nas costas. Já a Organização Mundial da Saúde estima que 80% da população mundial sofrerão com problemas lombares em algum momento da vida. As causas são as mais variadas, e vão desde pequenas lesões até a presença de tumores. Mas, pequenas atitudes do dia a dia podem revelar uma grande fonte do problema: a má postura.
Para profissionais cuja atividade exige, diretamente, esforço físico, evidentemente, os cuidados devem ser maiores. De acordo com o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, nesses casos, a recomendação é fazer exercícios que fortifiquem a musculatura das costas, de modo que ela possa funcionar como uma proteção para a estrutura óssea. É importante evitar o trabalho contínuo por longos períodos sem intervalo.

A pausa é importante também para quem trabalha o dia todo sentado, sempre em uma mesma posição. A recomendação é levantar a cada 40 ou 50 minutos e caminhar um pouco, para destravar as articulações e relaxar a musculatura.

Confira abaixo outras dicas de como se prevenir de dores nas costas, elaboradas por Sergio Lanzotti:

– A orientação geral é não carregar peso. No caso de ser obrigado a levantar um volume pesado, nunca se deve manter as pernas esticadas e curvar o corpo. Deve-se dobrar os joelhos que funcionarão como alavancas e manter o objeto o mais próximo possível do tronco quando for erguê-lo;

– Motoristas de veículos pesados também estão no grupo de risco. Quem dirige carros mais velhos tem mais problemas de coluna do que quem dirige carros novos e em melhores condições mecânicas;

– Ver televisão jogado no sofá, com a coluna toda torta também é contra-indicado. O ideal seria sentar-se numa cadeira de braços que servissem de apoio na hora de levantar e bem de frente para a tela;

– Um fator muito comum de dor na região cervical é assistir à televisão ou ler deitado. A pessoa fica numa posição forçada, às vezes, durante horas pressionando o disco. Quem faz questão de ver TV na cama deve providenciar um suporte para a cabeça e para o tronco, de forma a permanecer quase sentado e colocar o aparelho bem alto;

– Para a coluna, a posição que oferece menor pressão sobre os discos é a de barriga para cima, com a cabeça apoiada num travesseiro baixo para evitar a hiperflexão. Como nem todo mundo consegue dormir desse jeito, deitar de lado com joelhos flexionados e o travesseiro baixo colocado de forma a impedir que o corpo se incline para um lado ou outro é outra boa opção. Dormir de bruços, mesmo sem travesseiro, como regra geral, não é bom para a coluna.

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Relatório ergonômico propõe melhorias no setor industrial

Posted by @adrianoslongo em 26/05/2010

 
Fonte: Fundacentro

O relatório ergonômico entregue pela Fundacentro à Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Setor Têxtil, Vestuário, Couro e Calçados (CONACCOVEST) no dia 22 de janeiro tem como principal finalidade reduzir os afastamentos do trabalho e propor melhorias ergonômicas na indústria calçadista e do vestuário.

As principais queixas apresentadas pelos trabalhadores de ambos os setores envolvem dores na coluna, braços, antebraços, pernas e ombros e fazem com que os improvisos sejam cada vez mais freqüentes em cadeiras, bancadas de trabalho, encostos, sobretampos e máquinas de costura de modo geral.

No relatório, composto por fotografias de situações inadequadas no ambiente de trabalho, há a proposta de um suporte (sobretampo) que será fixado na superfície da máquina para os membros superiores que reduzirá de 40 a 60 por cento a sobrecarga dos ombros, cotovelos e punhos. Para Ricardo Serrano, coordenador do relatório e ergonomista da Fundacentro, o empresário só tem a ganhar com a adoção do suporte (sobretampo), o qual reduzirá o número de trabalhadores afastados. Como exemplo, o ergonomista cita um caso em que uma bancária desenvolveu Lesões por Esforços Repetitivos (LER), e a empresa teve que pagar indenização trabalhista no valor de 350 mil reais por danos morais e materiais.

Há também a apresentação do protótipo da nova configuração da máquina de costura, onde o tampo e o pedal de acionamento serão totalmente modificados e ajustados, o qual já está sendo confeccionado pela escola do SENAI em Votuporanga. O mesmo vem sendo testado nas indústrias de calçados de Birigui, estado de SP, onde atende as recomendações presentes na NR-17 e padrão de qualidade da ABNT.

Dados do Sindicato Patronal de Birigui revelam que após a implementação do novo protótipo da máquina de costura e complementos, houve redução no número de afastamentos do trabalho. Ao todo, somente na cidade de Birigui são 230 fábricas de calçados que produzem anualmente, 65 milhões de pares de sapatos.

Desde novembro de 2008, o ergonomista da instituição, Ricardo Serrano tem visitado indústrias em ambos os segmentos, nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Ceará, São Paulo, Espírito Santo, e o relatório constitui-se em trabalho pioneiro no Brasil, por envolver completa remodelação nos ambientes e locais de trabalho.

Para Eunice Cabral, presidente da Confederação, o trabalho apresentado pela Fundacentro é extremamente importante para validar as relações tripartites.

Em fevereiro de 2010, o presidente da Fundacentro, dr. Jurandir Boia Rocha, o ergonomista, Ricardo Serrano e a direção da CONACCOVEST e Sindicatos do segmento calçadista e vestuário irão visitar indústrias na cidade de Birigui, que posteriormente servirão de recomendação para a elaboração de um anexo à NR-17.

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